Assim que começo a subir a "Serra" as paisagens são de cortar a respiração.
Tudo começou pelo facebook e pelos grupos de fotografias.
Há uns 3 anos houve um evento de fotografia, em Coimbra e uma das pessoas
que também pertence ao "Grupo" é brasileira e aproveitou o facto de estar
cá em Portugal e foi participar no evento. Assim conheci a Sueli.
Trocava likes e mensagens com outra brasileira
do mesmo grupo - a Martha, que uns dias antes tinha escrito:
é desta que vou visitar Portugal...
Então ofereci-lhe os meus serviços de guia turística
e disse-lhe, que conseguisse no pouco tempo que estava em Lisboa,
pelo menos, uma tarde para estar comigo e assim, tudo aconteceu.
Meti-me no carro, fui buscá-la ao Rossio, em frente ao Teatro Nacional D. Maria II
e fui-lhe falando um pouco de Lisboa,
mostrei-lhe e falei da rotunda do Marquês, o Parque Eduardo VII,
subi às "Amoreiras" e entrei na Ponte 25 de Abril,
para que a Martha pudesse apreciar o nosso "Cristo-Rei".
Depois meti-me na auto-estrada e só parei em Setúbal.
Sempre que, alguém vem de fora de Portugal e eu conheça virtualmente,
faço as honras da casa, por Setúbal, Serra da Arrábida e Azeitão.
Porquê?
Porque tenho muito gosto de lhes mostrar esta beleza única,
ao longe - Tróia, encanta todos.
E, também porque já sei que outras pessoas vão mostrar Lisboa, Sintra, Estoril, etc
Parando e apreciando, o azul encantador do rio Sado.
A Martha viu esta gaivota e ficou deliciada.
Na imagem, os restos da discoteca "Seagull", erguida no coração da Arrábida,
paredes-meias com a praia de Galapos.
A famosa discoteca setubalense dos anos 80 e 90.
Fui duas vezes a esta discoteca, nos seus tempos áureos.
Era diferente, óptima localização, sobre as rochas e o rio...
Subindo mais e mais e... as vistas são fabulosas.
O contraste entre o verde da serra e o azul do rio, um canto de Tróia,
o areal da "Praia da Figueirinha", a "Pedra da Anicha" e, ao fundo Setúbal.
Mudando de direcção, subo e encontro o "Convento da Arrábida"
Tentando dar-lhe todas as explicações possíveis,
continuava mostrando o melhor da serra, mas o tempo voava
e... vou em direcção a Azeitão,
para mostrar um pouco desta aldeia típica e fazermos o nosso lanche.
Só podia ser um lanche típico da região:
Torta de Azeitão acompanhada do famoso Moscatel de Setúbal,
que felizmente a Martha adorou.
Parei junto a este fabuloso monumento - "Chafariz dos Pasmados"
um fontanário imponente que impressiona qualquer pessoa.
Fiz uma pesquisa sobre o mesmo, para dar conhecimento à Martha,
que ia perguntando isto e mais aquilo.
Fico também eu a aprender a história deste chafariz
e quem quiser, poderá ler no meu 1º comentário toda a história.
Fiquei feliz com o passeio, porque consegui fazer feliz a Martha,
que foi surpreendida por esta minha escolha e confidenciou-me que:
AMOU... amou tudo!!!
OBRIGADA MARTHA pela sua companhia.
Até um dia...
Chafariz dos Pasmados
ResponderEliminarÉ um dos ex-líbris da bonita Vila Nogueira de Azeitão.
É um chafariz de espaldar do século XVIII, de planta rectangular, decorado com motivos característicos do estilo pombalino.
Segundo a tradição, a fonte ficou a ser conhecida por este nome, derivado ao pasmo, à admiração, que a sua contemplação causava.
Na verdade é admirável, ao ponto de ser considerada o ex-libris de Vila Nogueira de Azeitão, fazendo-lhe guarda de honra - nessa qualidade - a fachada central das caves de José Maria da Fonseca.
Na opinião de alguns historiadores de Azeitão, o chafariz dos Pasmados foi um dos principais empreendimentos mandados realizar por Agostinho Machado de Faria, “cujas ideias sobre urbanismo, bastante avançadas para a época” permitiram grande desenvolvimento nessa área em toda a região de Azeitão, a partir dos finais do século XVIII.
ResponderEliminarNeste sentido, no início do seu primeiro mandato, em 1768, começou por mandar transferir, do pátio da Quinta da Nogueira, a fonte que até então lá existia, a qual por defeito de construção e por falta de cuidados, atribuídos ao seu proprietário, tinha a água estagnada e, “cujo consumo provocava com frequência doenças.
Na transferência e reconstrução da fonte, o juiz de fora, teve a ajuda voluntária da própria população que : “trabalhou de noite e em dias feriados não auferindo qualquer remuneração”.
Contudo, a obra, apesar da sua incontestável importância e utilidade, causou bastantes problemas ao seu mentor a transferência foi denunciada como “tendo causado graves prejuizos para o cunhal e muro da casa nobre da Quinta” e, a ajuda voluntária, prestada pelo povo, foi também motivo de problemas, constando no libelo acusatório já referido, o seguinte :
“(...) que o dito ministro ... pelo seu malévolo animo ... que algumas fontes, são fabricadas com o suor e trabalho dos pobres ... e .. “para o efeito de que não faltem ... são presos e manietados todos aqueles que faltem ...”.
Noutro quesito da acusação supra citada e ainda com respeito a esta obra lê-se que: ”foi a primeira obra num xafariz q. mandou fazer em Aldeya Nogueira ... q. no caso de se pagar se despenderia mais de seicentos mil reis.”
O Chafariz dos Pasmados tem monumentalidade, não só pelo seu porte, como também, pelos elementos decorativos esculpidos em mármore, do qual salientamos, pelo significado e pela perfeição da escultura, o escudo real de D. Maria I.
ResponderEliminarEstrutura-se o monumento como uma parede bastante alta e sólida, bem proporcionada no comprimento e que, apesar de estar inserida no meio urbano, impõe-se na paisagem, quer seja vista em perspectiva, quer enquadrada na cenografia das portentosas árvores que estão em plano posterior.
Segundo Luisa Arruda, no livro já citado sobre o período barroco, “(...)
a fonte - nesta época - é projectada como obra de arte e serve de suporte a «discursos» que lhe são próprios ...”.
Como obra de arte, o Chafariz dos Pasmados, poderá ser descrita da seguinte forma :
- Espaldar composto de um corpo central - de maior porte - e dois laterais, - recuados - de perfil superior recortado. O corpo central é coroado por uma “rosa dos ventos”, em metal, facetado, com quatro pontos cardeais e oito colaterais, a qual está fixa num suporte em alvenaria que assente no frontão em forma de mitra.
Este, está separado da cartela central por um friso que corre a todo o comprimento da fonte.
Este frontão com um friso boleado toda a volta, tem no seu interior uma outra pequena cartela ladeada de dois ramos de loureiro por banda, contendo a seguinte inscrição :
“ANNO 1787”, ou seja, o ano da inauguração.
A bacia - ou tanque - que acompanha em largura o painel central, é muito ampla e de formas muita harmoniosas.
ResponderEliminarÉ gomada, em semicírculos pouco prolongados, com o corpo bojudo formando rebordo revirado para o exterior.
Parece uma tina dos balneários da antiguidade romana.
É, igualmente em mármore que, de tanto dano causado pelo uso e pelo tempo, mais parece (será ?) formado de brecha da Arrábida ...
O chafariz está implantado em local considerado tradicional para as mais diversas reuniões festivas ou de outra espécie:
ResponderEliminarfeiras, mercados, festas de santos populares, romarias, círios ...
De tudo um pouco tem sido testemunha.
No entanto, somente de duas faremos referência e, mesmo estas a título de curiosidade, dado que seria fastidioso enumerá-las todas as que conhecemos.
Eis a primeira :
- Aquando dos festejos, em Azeitão, comemorativos da saída das tropas franceses, na sua terceira invasão “... Deliberou a Câmara, imediatamente reunida, associar-se ao entusiasmo do povo, e ordenou que para isso houvesse festa solene ... luminárias e outros festejos durante três dias.
E logo nessa mesma noite, enquanto o povo das aldeias improvisava arraiais com balões, música e foguetes, apareciam vistosamente iluminados as Casas da Câmara ... e a Fonte dos Pasmados, onde se armou vistoso arraial ...”
A segunda referência diz respeito à possibilidade de a fonte que deu origem à dos Pasmados poder ter sido testemunha dos amores ilícitos de D. Pedro e Inês de Castro ...
Fontanário em Vila Nogueira de Azeitão
ResponderEliminarou Chafariz dos Pasmados é um fontanário em Azeitão, Portugal.
Foi projectado seguindo regras de um barroco tardio, entre os anos de 1764 e 1777.
Diz uma lenda que quem beber desta água ficará ligado a Azeitão para sempre.
Portugal é lindo sem sombra de dúvida e por vezes até me/ nos faltam ideias para passeios e ora aqui está um percurso a seguir. Conheço tudo que aqui mostras menos o Cafariz dos pasmados, e não é que fiquei pasma ? É que desconhecia o nome das praias "Praia da Figueirinha", a "Pedra da Anicha". Na verdade conhecia muito pouco... do que aqui mostras. olha será um passeio para eu fazer um dia sem sombra de dúvida.
ResponderEliminarLindas as fotos, lindas as cores, lindas as vistas. Um passeio a duas que terminou bem docinho. beijinho e parabéns pelo post.
Quando digo que conhecia muito pouco do que aqui mostras, refiro-me á historia e aos nomes, Conhecia os lugares!! desconhecia os nomes e a sua historia.
ResponderEliminarUm passeio que será inesquecível para as duas!
ResponderEliminarBj amigo e belos olhares
Excelente reportagem sobre a 'minha serra', ainda por cima com uma boa história à mistura e. Todas as reportagens deviam ser assim: com boas fotos, bom texto, boas histórias e gente com coisas para contar :-)
ResponderEliminarHOJE MESMO LI ESTAS PALAVRAS escritas pela MARTA:
ResponderEliminarEstou na metade da minha " viagem / aventura ".
Um pouco cansada, mas é um cansaço " do bem ."
Tenho tantos bons momentos para recordar, até agora !!
Tantas vezes pensei em não vir a Portugal e expressei isto em conversas, com minha irmã e minha prima Flavia. Quanto receio eu tive.
Não que as coisas não dessem certo na viagem em si mas, sim, na receptividade de pessoas que eu nem conhecia, pessoalmente.
São amigos que eu fiz, através de grupos de fotografia, aqui, no Facebook.
Muitas vezes, pensei em cancelar minha inscrição, ainda bem que não tomei esta atitude.
Depois desta viagem, estou pronta para mais aventuras.
Talvez, não seja Portugal.
Mas, a aventura maior é ter coragem de enfrentar novos desafios e não criar muita expectativa.
Simplesmente, deixar-se levar pelo que o coração diz e " manda " fazer.
Viajar, viajar, viajar, o meu coração, sempre, me diz isto :
" Vai, Martha, não tenha medo!
Tu não sabes como será o dia de amanhã!
Transcrevi as palavras da Marta, a meio da sua estadia de 15 dias por terras lusas,
porque aqui está uma GRANDE LIÇÃO.
Beijos, Martha!
Gostei de te conhecer "ao vivo"!
Já andei por essa zona, é lindíssima.
ResponderEliminarE tens muito jeito para guia turística...
Gostei do teu post, para além das palavras, as fotos são muito boas.
Tulipa, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Boa tarde, a serra é linda, tenho o prazer de a conhecer razoavelmente, já a fotografei, as suas fotos são excelentes.
ResponderEliminarFeliz fim de semana,
AG
Uma reportagem maravilhosa.
ResponderEliminarGostaria de fazer assim uma visita à Cidade, tendo como guia a amiga.
Um destes dias combinamos.
Uma bela reportagem a mostrar como é bonito o nosso país. Há lugares lindíssimos. Sou uma apaixonada pela serra da Arrábida. As suas amigas tiveram sorte em tê-la como guia.
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijos.
Olá, amiga! Há tanto tempo... Mas estive meses fora dos blogs... Desejo que esteja bem! E aí tem um videopoema meu http://vieiracaladolivrosvideo.blogspot.pt/2016/10/submerso.html Cumprimentos!
ResponderEliminarGostei muito deste passeio virtual.
ResponderEliminarBjs
Acho interessante mostrar detalhes daquilo que do ponto de vista turístico é deixado de lado. Seguia o blog de um português que ao que parece deixou de blogar, e ele sempre mostrava e contava pequenos detalhes de Portugal.Gostei da sua iniciativa!
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