quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

EVERYONE SHOULD SEE IT - I, DANIEL BLAKE




O filme que escolhi ver ontem, 

ganhou merecidamente a PALMA DE OURO, 

no FESTIVAL DE CANNES.


Uma história que retrata a triste realidade, 

de quem tem um problema grave de saúde 

precisa de uma reforma por incapacidade 

e se depara com todas as burocracias e falta de respeito 

nas Instituições que tratam do assunto. 


Infelizmente é a minha situação actual. 


Por isso e, também por eu não aceitar injustiças 

seja contra quem for... 

tocou-me bastante esta história de vida.









ao realizador Ken Loach 

os meus sinceros PARABÉNS pelos prémios recebidos!









a impaciência de quem se desloca várias vezes ao mesmo local 

e sente que estão a brincar estupidamente 

com a nossa condição, já de si, muito triste 

e gozam com a dignidade do ser humano 

...  

na próxima imagem, dois seguranças a serem injustos 

e indelicados com esta Mãe de duas crianças

tratando-a pior que um animal, 

com as crianças a assistir a tudo 

e o Daniel assiste a tudo, 

e tentando defendê-la, mandam-no calar... 


(Todas as imagens foram retiradas da net)





aqui vê-se a felicidade estampada no rosto de Daniel

Feliz por ter arranjado uma "Família"






Cansado de uma luta sem resultados 

Cansado da falta de respeito 

Cansado de ser ignorado e gozado, 

resolve pegar numa lata de spray 

e manifestar a sua raiva 

Logo sendo denunciado à polícia 

e foram buscá-lo...




a luta pelos direitos humanos




quando finalmente parece que tudo vai ser resolvido, 

ele continua a lutar, agora com a ajuda da amiga 

que o acompanha

... 

e leva uma carta escrita por ele, 

dizendo aquilo que sentia!



esta carta diz tudo 

o que, também EU SINTO 

e apetece-me GRITAR 

para todo o mundo ouvir



10 comentários:

  1. Título original: I, Daniel Blake
    De: Ken Loach
    Com: Dave Johns, Hayley Squires, Sharon Percy
    Género:
    Drama
    Outros dados: GB/FRA/BEL, 2016, Cores, 100 min.

    Diagnosticado com um grave problema de coração,
    Daniel Blake (Dave Johns), um viúvo de 59 anos,
    tem indicação médica para deixar de trabalhar.

    Mas quando tenta receber os benefícios do Estado que lhe concedam uma forma de subsistência,
    vê-se enredado numa burocracia injusta e constrangedora.

    Apesar do esforço em encontrar um modo de provar a sua incapacidade,
    parece que ninguém está interessado em admiti-la.

    Durante uma espera numa repartição da Segurança Social conhece Katie (Hayley Squires),
    uma mãe solteira de duas crianças a precisar de ajuda urgente,
    que se mudou recentemente para Newcastle (Inglaterra).

    Daniel e Katie, dois estranhos cujas voltas da vida os deixaram sem forma de sustento,
    vêem-se assim obrigados a aceitar ajuda do banco alimentar.

    E é no meio do desespero que se tornam a única esperança um do outro…

    Palma de Ouro na edição de 2016 do Festival de Cinema de Cannes,
    conta com assinatura do aclamado realizador Ken Loach
    e argumento de Paul Laverty, colaborador de Loach em vários outros filmes,
    entre eles “A Canção de Carla” (1996),
    “O Meu Nome É Joe” (1998),
    “Bread and Roses” (2000),
    “Sweet Sixteen” (2002),
    “Ae Fond Kiss...” (2004),
    “Brisa de Mudança” (2006) – também vencedor da Palma de Ouro -,
    “Neste Mundo Livre...” (2007),
    “O Meu Amigo Eric” (2009),
    “Route Irish - A Outra Verdade” (2010),
    “A Parte dos Anjos” (2012)
    e “O Salão de Jimmy” (2014).

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  2. O Ken Loach, apesar de octogenário,
    com o "Eu, Daniel Blake" provou (e de que maneira!)
    que continua a dar cartas no mundo cinematográfico ao nível do realismo social.

    E consegue comover-nos de forma intensa (dando-nos um autêntico "murro no estômago)

    com uma narrativa melancólica que relata o(s) episódio(s) da luta inglória levada a cabo

    contra o "estado social" inglês
    (cada vez menos solidário para com os seus cidadãos mais desprotegidos)

    por parte de um viúvo solitário pertencente à classe operária

    que, depois de toda uma vida de trabalho, cumprindo na integra os seus deveres de índole fiscal,

    se vê na condição humilhante de mendigar a pensão de invalidez a que tem direito,

    por encontrar-se gravemente doente.

    Sem sensacionalismos e/ou demagogias populistas - a realidade per si já é demasiado brutal -,

    embora adoptando (como lhe é característico) um estilo cru e pouco subtil,

    o realizador activista expõe a face obscura do capitalismo omnipresente que subjuga os cidadãos,

    limitando-se a percepcioná-los (burocraticamente)

    como meros números (destituindo-os de identidade e dignidade)

    numa lógica economicista que apenas visa o lucro (de uma minoria) a qualquer preço.

    Deste modo, o "Eu, Daniel Blacke",
    revela-se um imprescindível documento político de denúncia sobre a perda
    dos direitos dos "cidadãos do 1º mundo" (colocando muito "sal na ferida")

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  3. Um filme duro.

    Um soco tremendo na nossa apatia cúmplice perante a máquina cinzenta e impessoal do Estado.

    Um filme que devia ser de visionamento obrigatório para qualquer governante ou aspirante ao cargo.

    Daniel Blake é carpinteiro.

    Já tem alguma idade, mas ainda está completamente apto para trabalhar.

    Encontra-se viúvo, sem filhos e vive sozinho em Newcastle.

    Infelizmente para ele, sofreu um ataque cardíaco que o impede de retomar o trabalho.

    Para usufruir de benefícios sociais tem de se dirigir ao equivalente inglês da nossa Segurança Social.

    Só que tudo funciona através de “call-centers” e de formulários online.

    E Daniel nunca tocou num computador…

    Pior, se não responder da forma que os seus interlocutores estão à espera,
    penalizam-no retirando parte do subsídio.

    Ninguém o ajuda, o tempo vai passando e ele desespera…

    Numa das estações desse calvário, Daniel apercebe-se duma família igualmente em dificuldades.

    Uma mulher com cerca de trinta anos, com dois filhos, não tem dinheiro nem condições para viver.

    A partir daquele momento, o carpinteiro desdobra-se.

    Por um lado, continua o seu martírio junto da Segurança Social,

    por outro, dedica-se a ajudar os membros desta família, reparando a casa onde sobrevivem,

    comprando-lhes alguma comida, acompanhando a mãe às filas de beneficência alimentar.

    Fá-lo sem outro interesse que não seja o de ajudar.

    Mas o desespero dela e a falta de paciência dele acabam por se impor de forma dramática…

    «Eu, Daniel Blake» é o título do filme,

    mas é, principalmente, um manifesto, uma afirmação, um “statement”.

    Ele não é um ser impessoal, um número da segurança social,

    um empecilho na roda burocrática do Estado.

    Não! Ele é um ser humano, com um nome: Daniel Blake.

    E, enquanto tal, merece ser tratado com a educação a que isso obriga

    e com a decência que qualquer pessoa merece.

    É este o grito de Ken Loach pela voz e pelo corpo de Daniel Blake.

    É tempo do Estado parar na sua crescente automação,

    na sua incessante desumanização e olhar para as pessoas com a dignidade inerente a qualquer ser humano.

    O Estado não pode ver num trabalhador apenas uma fonte de rendimento fiscal

    e esquecer os princípios da equidade de tratamento e da solidariedade

    quando as posições se invertem

    e passe a ser este
    que necessita do apoio do primeiro.

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  4. Ao longo duma carreira com dezenas de títulos e incontáveis prémios,

    incluindo duas “Palmas de Ouro” em Cannes,

    a segunda precisamente com este “Eu Daniel Blake”

    Os argumentos dos seus filmes contam histórias de trabalhadores e de gente pobre,

    de pessoas a viveram em sujas “industrial towns”,

    exploradas pelos patrões ou pelo “sistema” e a que lhes falta voz e poder de protesto.

    Pode até não se concordar com estas ideias políticas,

    mas a verdade é que Loach sempre foi claro e coerente nas suas opções.

    Mas, muito para lá disso, é um extraordinário realizador.

    ...seu propósito,
    o de fazer a denúncia de situações que ele considera serem injustas.

    Essa crueza, essa falta de polimento, perpassa nos personagens e, claro, nos cenários,

    contribuindo para que a sensação de revolta cresça no espectador.

    Um brilhante exemplo desta sua capacidade de gerar histórias

    com múltiplas e subtis leituras acontece em “Eu, Daniel Blake”,

    em que temos um carpinteiro que ajuda uma mãe com filhos que não são dele,

    o que evoca imediatamente o simbolismo cristão.

    Esta “sagrada família” ocasional, necessita de muito do amor fraterno e da ajuda dos seus irmãos.

    Mas, dois mil anos depois, não encontra nada disso,
    apenas o materialismo do Estado, esse Herodes do tempo moderno.

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  5. Quando lemos o que escreveste e o que retrata o filme - apesar de eu já saber a tua situação - o que sinto é revolta porque vivemos naquilo que se diz ser um Estado de Direito, mas os direitos são só para alguns. Vivemos sim num Estado Cobrador de Impostos onde as pessoas são números e onde uma classe elite privilegiada passa bem ao lado dos problemas sérios de quem nem se pode manifestar. É isto a liberdade? Pelo menos deixem as pessoas manifestarem o que lhes vai na alma, e que é muito grave.

    Sempre disse que quando as pessoas mais precisam - casos de doença, solidão, velhice, incapacidade - é quando mais são abandonadas porque são consideradas um fardo para a sociedade. A elite nem sequer se "lembra" que mesmo nestes casos os pacientes estão contribuindo para os seus privilégios, através da compra de medicamentos, utilização de transportes públicos caríssimos ou através das gasolinas e gasóleos.

    Por outro lado, o Infarmed manda destruir 30 toneladas de - penso que se diz Carela - um vegetal que vem da Índia e que cura a Diabetes tipo II, pelo menos, em poucos meses.

    A um Estado como o que temos eu só posso dizer: "obrigadinho por nos matarem devagarinho!"

    Parabéns pelo teu post, espero que, mais que comentários, seja lido por muita gente, pois há pessoas que passam por estas situações e que já desistiram, situação que deixa o Estado a esfregar as mãos de satisfação...

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  6. Tenho a certeza de que vou gostar de o ver amiga!!!

    Um fim de semana repleto de paz natalícia ... condimentado com muito Amor familiar ... muitos sorrisos e excelentes partilhas!!!

    E ao "bater das doze badaladas" que seu coração se encha de ESPERANÇA em concretização se sonhos e projetos!!!

    Um beijo da amiga Gracinha!!!

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  7. Fiquei cheia de vontade de ver este filme. Penso que me disseste que já saiu dos ecrãs... terei de esperar que chegue aos Tvs Cines...
    Uma historia que retrata o egoísmo e falta de respeito pelo ser humano, o mesmo ser humano que enquanto conseguiu produzir era decerto visto como "gente" infelizmente, e tu sabes bem, quem não produz, sejam idosos ou incapacitados, parecem não ter lugar neste mundo. Já os marginais, para esses há os subsídios e afins.. enfim é um mundo de cão e louco , onde a evolução não chegou ás almas dos governantes.
    Parabéns pelo post e pela chamada de atenção para um assunto tão "bicudo" que envolve muito mais cidadãos do que possamos imaginar.
    Excelente sugestão cinematográfica.

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  8. Não vi o filme...
    Os meus sinceros votos de um FELIZ ANO NOVO, extensivo aos teus familiares, querida amiga Tulipa.
    Beijo.

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  9. Não vi o filme, mas pelo que li a sugestão é boa.
    Um ano de 2017 muito bom.
    Beijos.

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  10. HOJE ao passar os olhos pelas notícias no SAPO
    descobri isto:

    http://marealta.blogs.sapo.pt/daniel-blake-vive-66360

    e, fiquei rendida, impossível não partilhar.
    Aqui vai:

    Por um momento fiquei apático… Eu disse por um momento? Deve antes ter sido por um período considerável. Lembro-me de terem passado todos os créditos, mas não ter fixado nenhum nome, das luzes se ligarem, de todas as pessoas saírem da sala, incluindo aquela senhora de idade de andar arrastado. Eu continuei sentado. Olhos húmidos e incrédulo com o que acabara de visionar. Lembro-me do silêncio sepulcral na sala de cinema, apenas interrompido pelos regulares fungar dos espectadores (e alguns meus). Emocionei-me verdadeiramente ao ver “I, Daniel Blake”. Nada fazia antever este desfecho perante um diálogo surreal de abertura, ainda com o ecrã todo negro.

    Desenganem-se aqueles que pensam que é somente um filme.
    É tudo menos um filme.
    É como ser arrastado por uma onda de realidade; perdão, arrasado por um tsunami de veracidade.

    Um olhar atento e profundamente crítico de uma sociedade moderna que perdeu os valores humanistas.
    E que maltrata que é fraterno e solidário.
    Extremamente materialista, mas que faz um esforço enorme em se desmaterializar.

    Não por uma visão de eficiência ou sustentabilidade. Mas por poupança.
    De quê? De tudo.
    De papel, de tinta, de energia, de espaços, de tempo, mas, acima de tudo, de pessoas.

    Na secreta esperança que se tornem invisíveis.
    Que desapareçam dos ficheiros e das estatísticas e dos indicadores.
    Que não sejam um número na taxa de desemprego,
    mas também que não sejam um peso para o Estado nos serviços de pensões.
    No fundo o ideal é que estas pessoas não existam…

    Mas Daniel Blake não é um personagem ficcionado.
    E não desaparece quando a película do filme termina.
    Ele é bem real.

    É aquele com que partilhamos o banco do autocarro ou com que nos cruzamos na rua;
    é nosso parente distante ou nosso vizinho do lado;
    é o amigo de longa data ou o desconhecido que estende a mão.

    Daniel Blake, que só quer ser, nem mais nem menos, que um vulgar cidadão.

    Que cumpre seus deveres e espera que lhe sejam reconhecidos seus direitos.

    Mas que se vê vencido, melhor, esmagado por uma máquina burocrática especializada em fazer com que as pessoas simplesmente desistam.
    Num momento ou noutro da nossa vida, a maioria de nós certamente sentiu o mesmo.

    E nesse campo específico, todos somos, ou podemos vir a ser, Daniel Blake.

    OBRIGADO a quem tem esta sensibilidade!!! digo eu...

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