A tradicional Festa dos
Tabuleiros, uma das manifestações culturais
e religiosas mais antigas de
Portugal que acontece a cada quatro anos,
voltou este ano às ruas de Tomar.
A
festa já começou há várias semanas, com os cortejos secundários
e de preparação
mas teve o seu ponto alto no domingo, dia 12, às 16h,
com o cortejo dos
tabuleiros que este ano juntou 684 tabuleiros,
que percorreu várias ruas da
cidade...e, eu estava lá!
Finalmente... concretizei esta vontade que mantinha há alguns anos
e, que por um motivo ou outro, nunca realizei.
Sinceramente, acho que, por estar num período sabático,
sinto as coisas de modo diferente e, quando meto uma ideia na cabeça,
não descanso enquanto não a fizer.
Sempre fui muito decidida, mas agora mais ainda!
Varandas enfeitadas a rigor,
onde era muito melhor poder assistir ao cortejo...
Como são feitos os
tabuleiros:
Os tabuleiros da festa de Tomar, únicos com esta forma nas
inúmeras
festas do Espírito Santo que se realizam um pouco por todo o país,
têm
na base um cesto de verga que é enfeitado com um pano bordado
ou em renda. No
cesto são espetadas cinco ou seis canas,
dependendo da altura da rapariga
que o
vai transportar, que levam cinco ou seis pães
(no total têm de ser
obrigatoriamente 30), numa estrutura
que é enfeitada com flores (as papoilas e
espigas são obrigatórias)
e encimada com uma coroa que leva uma pomba branca
ou
a cruz da Ordem de Cristo.
Cada tabuleiro pesa cerca de 10 a 11 quilos.
O
cortejo percorre cerca de 5 km nas ruas da cidade.
A rapariga traja de branco
com uma faixa da cor dominante do tabuleiro
que transporta à cabeça
(normalmente é o vermelho).
O rapaz usa gravata e cinta da mesma cor da cinta
da rapariga
e vestem camisa branca e calça preta, com barrete preto ao ombro.
Os
quatro dias mais fortes da festa foram de 9 a 12 de julho
e na quinta-feira,
dia 9, foram inauguradas, às 20h, as ruas ornamentadas
pelos milhares de flores
que andaram a ser confecionados pelos
moradores há meses. Este ano, as ruas
ornamentadas foram para além
das fronteiras do centro histórico da cidade, e vi também varandas,
portas e janelas enfeitadas pela malha mais distinta de Tomar.
Os Bois do Espírito
Santo:
mantém-se a tradição de enfeitar os bois com colares e brincos de
flores,
desfilando pelas ruas da cidade.
No fim do cortejo dos tabuleiros vinham os "escuteiros"
o que me fez voltar aos meus tempos de Juventude
e recordar os momentos que vivi,
quando também participava em eventos deste género.
